Procurador indica absolvição de professores da UFSC em caso que levou reitor à morte

A chamada Operação Ouvidos Moucos, que em 2017 investigou denúncias de irregularidades no programa de ensino a distância da Universidade Federal de Santa Catarina, ganhou mais um desdobramento nesta semana. O procurador André Bertuol, do Ministério Público Federal, considerou inválidas e admitiu que não foram comprovadas as acusações contra os professores Márcio Santos e Sônia de Souza Cruz, investigados juntamente com o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier.

A informação foi publicada nesta semana pelo Portal GGN (Grupo Gente Nova), um veículo de jornalismo independente comandado pelo premiado jornalista Luis Nassif.

De acordo com a reportagem, a indicação da absolvição “dos acadêmicos foi feita em uma peça do Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina, assinada pelo mesmo procurador que deu início às acusações e processos de persecuções penais da Operação Ouvidos Moucos, que acusou magistrados e funcionários da UFSC de cometerem crimes, ligados ao pagamento de bolsas de estudo e a contratação de transportes entre campi da Universidade”. Na época, a Operação levou o ex-reitor e outros professores da UFSC à prisão. E ainda levou o reitor Cancellier a cometer suicídio.

Para o pesquisador e professor Frederico Firmo, que atuou na defesa de sua esposa, Sonia Maria, foram anos de ilegalidades cometidas pelos condutores dos processos. “De forma surpreendente nas alegações, o procurador, após longos anos de infâmia, destruição de imagem, prejuízos de projetos acadêmicos e destruição de uma EAD pública e de qualidade, nas alegações finais pede a absolvição de Marcio Santos e Sonia Maria de Souza Cruz”, manifestou Firmo.

O MPF admitiu a falta de provas e a imaterialidade das acusações contra os dois professores, e pediu a absolvição de ambos. “Efetivamente, a participação destes réus nos fatos parece se resumir às indicações e pedidos para o uso dos empregados das empresas em questão, o que não é prova de dolo ou de conluio com os demais agentes, aparentando seguir um padrão usual à época”, escreveu o procurador.

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