Pântano do Sul dá início à Pesca da Tainha 2025 com fé, tradição e união comunitária

No último sábado (3), o Portal Sul de Floripa esteve presente no Pântano do Sul para acompanhar a Missa de Abertura da Pesca da Tainha 2025. O evento reuniu pescadores, moradores, lideranças comunitárias e autoridades em um momento de fé, esperança e celebração de uma tradição centenária que move toda a comunidade local.

A celebração, organizada pela Associação de Moradores do Pântano do Sul, pela APPSUL (Associação dos Pescadores do Pântano do Sul) e pela diretoria da Igreja local, simboliza o início de uma das mais importantes atividades econômicas e culturais da região.

Uma tradição que se renova a cada ano

Emocionados, moradores e lideranças relataram ao Portal a importância deste momento. Segundo os pescadores, o sistema de pesca no Pântano do Sul é organizado em cinco canoas, que atuam de forma cooperativa, seguindo uma ordem preestabelecida pelos proprietários. Toda a pesca é dividida entre os participantes da puxada da rede, num sistema de quinhões que garante sustento e partilha para diversas famílias da comunidade.

“Aqui é coletivo. Quando a rede puxa peixe, a fartura vai pra mesa de todos. Isso é mais que pesca, é vida comunitária”, destacou Jair Bebeto, pescador tradicional da região.

A partir do dia 15 de maio, entram em atividade também as embarcações motorizadas, além da pesca com emalhe anilhado de superfície, ampliando as possibilidades de captura. Segundo relatos, as expectativas são otimistas para a safra deste ano.

Fé que move o mar

Durante a celebração religiosa, conduzida com emoção e participação popular, o sentimento de fé foi destaque. Muitos moradores relataram que a oração é o suporte nos dias de mar aberto, onde a insegurança e a força da natureza testam os corações das famílias.

“A gente reza muito, pede pra Nossa Senhora dos Navegantes e São Pedro protegerem eles. A fé é o que conforta enquanto eles estão no mar”, contou Solange Diniz Moraes, mulher de pescador.

Vozes da comunidade

Além dos pescadores e familiares, o evento contou com falas de líderes comunitários e representantes do poder público:

Vagner Lima, presidente da Associação de Moradores do Pântano do Sul, ressaltou o papel da comunidade na preservação da cultura: “A tradição é mantida porque tem união. Essa festa é nossa identidade. ”

O deputado estadual Marcos José de Abreu (Marquito) destacou a importância da pesca artesanal para a economia local e para o modo de vida sustentável das comunidades tradicionais: “Valorizar a pesca da tainha é valorizar quem vive da terra e do mar, com respeito à natureza e à cultura. ”

Rafael Genesio Capistrano, presidente da APPSUL, reforçou o compromisso da associação com a organização e segurança da pesca.

Café, cortejo e celebração

Além da missa, a abertura contou com café comunitário, participação da banda da comunidade e cortejo simbólico, representando a força da cultura popular do Sul da Ilha.

O sentimento geral era de esperança e alegria. Para muitos, a pesca da tainha é mais do que um meio de sustento — é um símbolo de pertencimento, fé e continuidade.

“Sem eles pescando, não tem peixe fresco na nossa mesa. A pesca é deles, mas o alimento é pra todos nós”, completou Eunice Marques Ribeiro, também mulher de pescador.

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