Um grupo de 30 crianças do Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim) do Campeche, no Sul da Ilha, esteve em comitiva nesta semana em visita ao Rancho do Seu Getúlio, na praia que tem o mesmo nome da unidade educativa. A escola fica perto do Rancho, como é chamada sede do instituto Getúlio Manoel Inácio, e as crianças foram a pé até o local.
Conforme a diretora do Núcleo de Educação Infantil, Laís da Costa Inácio, a ideia era proporcionar aos pequenos, de quatro e cinco anos, um momento de interação e aprendizagem em relação à pesca artesanal e ao meio ambiente.
O rancho, construído em 1951, serve como base para pescadores da região e como centro de iniciativas sociais, culturais e educativas, a exemplo de aulas de música e projetos com crianças.
Os pequenos, acompanhados dos professores Luana, Carla, Rodrigo, Geisa, Bruna, e da monitora Aline, foram recepcionados pelo administrador do rancho, Ivanir Aroldo Faustino. Por intermédio do projeto Compartilhando Saberes, ele conversou com o grupo sobre a pesca em pequena escala, realizada por comunidades tradicionais e mão de obra familiar com a utilização de equipamentos pouco sofisticados.
Ivanir também conversou a respeito do lixo descartado no mar pelos seres humanos, que muitas vezes é confundido com alimento e ingerido pelos peixes, resultando na morte desses animais aquáticos.
Além disso, as crianças conheceram as três canoas do rancho: a Glória, Glorinha e a Zé Perri, feitas com tronco de garapuvu, árvore símbolo de Florianópolis. A mais antiga é a Glória, feita pelo Seu Deca, pai de Getúlio, e que batizou a embarcação em homenagem a uma filha. A centenária Glória tinha como mestre Getúlio, que dominava as técnicas de remada e manuseio da canoa.
Getúlio Manoel Inácio era militar da reserva da Aeronáutica, pescador e músico. Faleceu no dia 31 de janeiro de 2018, aos 66 anos. Ele foi o fundador da Associação dos Pescadores Artesanais do Campeche e um dos idealizadores da Missa Campal, realizada todos os anos, desde 2004, na abertura da safra da tainha.
Familiares e comunidade do Campeche criaram o IGMI, Instituto Getúlio Manoel Inácio, que visa valorizar e difundir conhecimentos e práticas dos pescadores artesanais.
