Justiça quer que FCF proiba torcedores de Figueirense e Chape de entrar nos estádios

No dia 2 de junho deste ano, um grupo de torcedores do Figueirense foi flagrado por câmeras de monitoramento debochando da tragédia ambiental que assolou o Rio Grande do Sul, provocando a morte de 183 gaúchos. A cena vergonhosa aconteceu durante a partida entre o Figueirense e o Caxias, pela série C do Campeonato Brasileiro, no Estádio Centenário, em Caxias do Sul. Dois meses depois, a Justiça catarinense pediu à Federação Catarinense de Futebol que os 21 torcedores identificados sejam banidos dos estádios, e proibidos de frequentar jogos em todo o território nacional.

A solicitação foi feita pelo Ministério Público de Santa Catarina, através da 29ª Promotoria de Justiça de Florianópolis. A medioda também deve valer para torcedores da Chapecoense envolvidos em outros episódios recentges de violência e ódio.

As investigações feitas sobre o episódio de Caxias, e que contatram com a colaboração do Figueirense Futebol Clube, identificaram que os catarinenses flagrados em Caxias são membros da torcida organizada Gaviões Alvinegros, agremiação que já estava impedida de frequentar estádios de futebol portando vestimentas e adereços característicos. A punição se referiu a atitudes violentas registradas no passado.

O Ministério Público se manifestou em Nota sobre o caso. “Naquele momento, quando o Rio Grande do Sul reunia forças para se reerguer depois de uma das maiores tragédias naturais de sua história, milhões de atingidos e cidades inteiras devastadas, um membro da torcida organizada catarinense foi flagrado em rede nacional praticando gestos ofensivos – simulando um afogamento – como forma de provocar a torcida rival. A conduta lamentável desencadeou um confronto violento entre torcedores dos dois clubes.

Os 21 torcedores do Figueirense foram identificados com a ajuda do 4º Batalhão de Choque da Brigada Militar de Caxias do Sul. Com o acolhimento da recomendação pela FCF, a decisão deverá agora ser comunicada aos clubes de futebol, aos torcedores e ao Comando da Polícia Militar de Santa Catarina.

Chapecoense são responsabilizados
Quanto à Chapecoense, os atos violentos foram registrados em 10 de fevereiro desse ano, durante um jogo contra o Joinville, pelo campeonato Catarinense. Integrantes da Torcida Jovem de Chapecó romperam o isolamento da área de acesso aos jogadores e desencadearam um confronto com a Polícia Militar. Outro episódio semelhante aconteceu em 23 de junho, durante uma partida entre Chapecoense e Paysandu. Embros da mesma torcida organizada entraram em confronto violento com integrantes da torcida organizada Barra da Chape.

Cinco integrantes das duas torcidas de Chapecó estão agora proibidos de participar de eventos esportivos em estádios de futebol pelo período de três meses, a contar do dia 1º de setembro.

O titular da 29ª PJ da Capital, Promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, lamenta que, mesmo depois de tantas reuniões, conversas, orientações e avisos às torcidas organizadas, se observe um total desrespeito e descaso em relação às medidas anteriores.

“Esse caso foi a primeira vez, em Santa Catarina, em que foi possível identificar a participação de cada torcedor da organizada, permitindo, desta maneira, sua responsabilização de forma individual, o que vem ao encontro dos objetivos buscados pelo Ministério Público e demais entidades envolvidas na segurança dos eventos. A colaboração de todos na identificação dos maus torcedores é fundamental para que se permita uma efetiva responsabilização, visando diminuir os índices de violência nos estádios e seus arredores”, explica Mendonça Neto.

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