Praia do Sul da Ilha é considerada com maior quantidade de microplástico entre as 306 avaliadas do Brasil

Praia do Sul da Ilha é considerada com maior quantidade de microplástico entre as 306 avaliadas do Brasil 1

Um estudo realizado pela ONG (Organização Não Governamental) Sea Shepherd Brasil apontou a Praia do Pântano do Sul, em Florianópolis, como a que possui mais quantidade de microplásitco entre as 306 praias avaliadas no Brasil. A pesquisa levou em conta a concentração de plásticos nas praias de todo o litoral brasileiro.

O estudo, nomeado “Expedição Ondas Limpas “, foi divulgado na última quinta-feira (19). A pesquisa contou com 16 meses de expedição, cobrindo mais de 7.000 km da costa e 306 praias. Após as análises, foi constatada a presença do plástico ao longo de todo o litoral do país.

Segundo a ONG, do total de resíduos analisados, os plásticos representam 91%, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Os resultados ainda mostraram que microplásticos foram encontrados em 97% das praias.

Na análise, a Praia do Pântano do Sul, na capital catarinense, teve a maior concentração de plásticos de todo o país. A praia tem, em média, 17 resíduos e 144 microplásticos por metro quadrado. O critério adotado no estudo, o qual colocou a praia no Sul da Ilha como a mais poluída do Brasil, foi a densidade de resíduos por área.

Concentração de resíduos elevada colocou a Praia do Pântano do Sul como a mais poluída do Brasil – Foto: Anderson Coelho/ND

Ao todo, foram analisadas quatro praias em Florianópolis. Foram elas:

Praia do Rizzo: 1,5 resíduos/m² e 78 microplásticos/m²

Praia do Santinho: 0,3 resíduos/m² e 8 microplásticos/m²

Praia do Campeche: 0,3 resíduos/m² e 6 microplásticos/m²

Praia do Pântano do Sul: 17 resíduos/m² e 144 microplásticos/m²

As praias do Sul e do Sudeste do Brasil lideraram o ranking de poluição da pesquisa. Os dados estão disponíveis em uma plataforma interativa elaborada pela Sea Shepherd Brasil.

Mesmo poluída, praia do Pântano do Sul é vista como própria para banho

Apontada como a praia mais poluída do Brasil, a Praia do Pântano do Sul está própria para banho, segundo o monitoramento de balneabilidade IMA (Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina).

A diferença está nos critérios: enquanto o relatório do Sea Shepherd Brasil mede a concentração de resíduos nas praias, o monitoramento do IMA é relacionado com a qualidade da água do mar.

O monitoramento do IMA é realizado com coletas da água do mar a até um metro de profundidade, coletando 100 mililitros em cada ponto de análise. O material coletado é submetido a exames bacteriológicos durante 18h.

As análises levam em conta as condições de maré, incidência de chuva nas últimas 24h no local e a temperatura da amostra e do ar no momento da coleta.

A análise pode gerar dois resultados:

Água própria: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli  (bactéria encontrada nas fezes, que chega através do esgoto na praia) por 100 mililitros de análise;

Imprópria: quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior que 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.

Nas duas medições realizadas em pontos diferentes na Praia do Pântano do Sul, no dia 26 de agosto, a praia foi apontada como própria em ambos os locais. A medição apontou uma concentração de 10 Escherichia coli por 100 mililitros, bem abaixo do valor de 801, que tornaria a praia imprópria.

Na última medição da Praia do Santinho, a concentração de Escherichia coli também foi de 10 por 100 mililitros, assim como em quatro dos cinco pontos de coleta na Praia do Campeche. A exceção foi no ponto em frente à Servidão Família Nunes, que marcou 53 por 100 mililitros, ainda abaixo dos valores considerados impróprios.

A Praia do Rizzo não consta no monitoramento do IMA.

Fonte: NDMAIS

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