Luciano turbinado em Palhoça; ‘chinelagem’ em Florianópolis e outras notas

Luciano ameaça reeleição de Freccia

Os ventos da mudança sopram como poucas vezes sopraram nas últimas eleições municipais em Palhoça. Faltando 10 dias para o pleito é possível afirmar que não existe favoritismo. O atual prefeito e candidato a reeleição, Eduardo Freccia (PL) sente na pele o sentimento de mudança e disputa voto a voto com Luciano Pereira (PSD), numa eleição pra lá de polarizada. Ainda correm por fora Tânia Soligo (PT), Ana Vaz (PSOL) e Gilliard Martins (PDT). Porém, a divisão da esquerda em três candidaturas, favoreceu a disputa entre Eduardo e Luciano.

A fotografia que as pesquisas mostram do confronto da atual eleição não é muito diferente da eleição de 2020, só que agora o cenário é de igualdade. Na eleição passada o atual prefeito venceu com 36,71% dos votos (28.776 votos), contra 20,32% ou 15.931 do segundo colocado, Luciano Pereira.

O detalhe é que para essa eleição a candidatura de Luciano se agigantou. Ainda na atada das convenções municipais, incorporou o potencial de votos do então quarto colocado daquela eleição, o deputado Sérgio Guimarães, que fez em 2020 o total de 15,77% dos votos (12.364). Uma união desenhada quando Serginho foi candidato a deputado estadual, em 2022 e recebeu o integral apoio de Luciano, com o compromisso de devolver o apoio neste ano. E como palavra em política tem que ser cumprida, está sendo, visto que a mulher do deputado, Dayana Guimarães (União Brasil) foi indicada como vice de Luciano.

Mas, o fortalecimento da candidatura de Luciano não parou por ai. Agora, na reta final da campanha, sua candidatura recebeu apoio de mais dois dos sete candidatos da eleição passada. Trata-se do Coronel Ivon, que na eleição de 2020 concorreu pelo PSL e fez 17,47% ou 13.692 votos, ficando na terceira colocação e Jean Negão, que disputou pelo Patriota e fez 4,41% ou 3.455 votos. Resumindo, Luciano, que em 2020 ficou em segundo lugar, tem o apoio do terceiro, quarto e quinto colocado daquela eleição.

Mas, além desses apoios políticos que são importantes, Luciano Pereira conta com o apoio mais importante que é do povo. Há um sentimento de mudança imensurável no município. Fruto de um desgaste natural do mesmo grupo político que governa a cidade há décadas, passando pelos dois mandatos do ex-prefeito Camilo Martins e do atual prefeito. Soma-se a isso o desgaste de sucessivas investigações e até episódio de ações da Polícia Federal investigando possíveis casos de corrupção na prefeitura.

Se vai dar Eduardo ou Luciano não é possível cravar, mas dentro do atual contexto, é possível afirmar sem sombra de dúvidas que a eleição está para Luciano.

Empate técnico

Esse equilíbrio entre Luciano Pereira (PSD) e Eduardo Freccia (PL) em Palhoça já pode ser captado nas pesquisas eleitorais. Uma pesquisa mais recente do Instituto Mapa cravou empate técnico entre as duas candidaturas. Porém, há informações de que em levantamentos internos da campanha, Luciano já está à frente.

O levantamento da Mapa, realizado entre 6 e 7 de setembro, ouvindo 420 eleitores e registrada no TSE sob o número SC-02925/2024 cravou que à época o atual prefeito  liderava com 36,2% da intenção de votos, empatado tecnicamente, diante da margem de erro amostral de 4,8%, com Luciano Pereira (PSD), que tinha índice de 31%. Já Tânia Slongo (PT) aparecia com 10,2%; Ana Vaz (PSOL) tinha 4,5% e Gilliard Martins (PDT) somava 3,6%. A somatória de brancos/nulo e ‘não sabe’ mostrava o percentual de 14,5% das citações dos entrevistados.

Ainda de acordo com a pesquisa, cravou o Instituto Mapa, “no que se refere aos ‘votos válidos’, que excluem as indicações de brancos/nulos e não sabe, Eduardo Freccia (PL) atinge 42,3% das intenções de voto, enquanto Luciano pereira (PSD) alcança 36,3%, configurando empate técnico estatístico”.

Levantado em consideração que essa amostra tem 20 dias que foi realizada, há que se considerar que hoje, faltando 10 dias para o pleito, o cenário é outro. Lembrando que Luciano estava em uma campanha crescente.

Chinelagem em Florianópolis

Informações obtidas através da investigação do Ministério Público, que teve início em 2023, através da Operação Mercadores da Morte, revelam dados excêntricos da relação do ex-secretário de Limpeza e Manutenção Urbana de Florianópolis, João da Luz, com o cartel de funerárias da Capital. O ex-servidor, segundo a denúncia do MP, teria recebido como “mimos”, desde uma viagem de R$ 6,2 mil para descansar um pouco em Arraial do Cabo, até um chinelo de luxo no valor de R$ 4,2 mil da marca Hermes. Uma verdadeira “chinelagem”.

Foto: Reprodução Jornal O Globo

Coroas de flores no 0800

Os favorecimentos ao ex-secretário, que incluíam também a cortesia de distribuir coroas de flores sem pagar por elas, segundo apurou o MP, seriam uma espécie de retorno para que o ex-secretário beneficiasse três das quatro empresas funerárias da cidade que pertencem a um único empresário, Gineides Varela da Silva Júnior.

A investigação apurou que ele atuava para editar decretos favoráveis às empresas do grupo, além de retirar fiscais que deveriam supervisionar as atividades das empresas do ramo. Segundo o MP, os benefícios também contemplavam a extensão de prazos de vigência dos contratos administrativos de maneira ilegal e influência nas renovações das concessões para exploração de serviços funerários.

Nomeação

O ex-secretário de Limpeza e Manutenção Urbana de Florianópolis João da Luz foi nomeado no cargo pelo prefeito Topázio Neto (PSD) em janeiro de 2023, portanto, antes do início das investigações. Ele ocupou o cargo até abril deste ano de 2024, quando saiu para atuar na coordenação do PL em apoio à reeleição de Topázio.

João da Luz e o prefeito Topázio Neto

Prisão de prefeito

A Operação Mercadores da Morte, que investigou o envolvimento do cartel de funerárias em Florianópolis com servidores da Prefeitura da Capital teve desdobramentos. Rebatizada com o nome de “Caronte” ela passou a investigar fraudes com esquemas de funerárias também no Sul do Estado e culminou recentemente com a prisão do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD). As ligações entre as investigações na Capital e no Sul do Estado somente foram reveladas depois que a Justiça derrubou o sigilo da denúncia do MP.

O outro lado

No processo o empresário responsável pelas três funerárias alega que “em nenhum momento foi colacionado aos autos da ação penal” quaisquer mensagens ou tentativas capazes de “evidenciar que houve o oferecimento de vantagem”. Ele alegou que o relacionamento com o ex-secretário era apenas fruto de uma antiga amizade. Sobre a viagem do ex-secretário a Arraial do Cabo ele disse que uma testemunha vai elucidar a questão. Sobre o chinelo, o empresário alegou que estava em viagem aos EUA e o ex-secretário pediu para que comprasse o chinelo para posteriormente lhe reembolsar, pois não existe venda no Brasil. O ex-secretário João da Luz não se manifestou.

Leia mais sobre o assunto

Para ler mais sobre a operação envolvendo o cartel de funerárias da Capital o amigo leitor pode consultar o comentário do colunista da NSC, Ânderson Silva, clicando aqui ou a reportagem de O GLOBO, clicando aqui.

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Topázio não quer debater com a comunidade

Envergonha mais uma vez a ausência do prefeito Topázio Neto (PSD) em mais um debate político. Desta vez o chefe do Executivo faltou ao debate realizado pelo Comitê Popular Comunitário do Maciço do Morro da Cruz, na noite desta quarta (25). Foram apenas os candidatos Lela (PT), Marquito (PSOL), Dário (PSDB) e Pedrão (PP).

Topázio não quer debater com a comunidade (II)

O prefeito Topázio também foi ausência nos debates promovidos pelos Conselhos de Desenvolvimento de Florianópolis e Conselho Municipal Saúde. O que mais causa perplexidade nessa postura do prefeito é não comparecer em debates promovidos pela sociedade civil. Seria o momento oportuno para falar direto para as forças vivas da cidade, lá no seio da sociedade. Parece que o clima do ‘já ganhou’ incorporou a campanha do prefeito.

Coisarada Cultural

Nesta sexta-feira (27), será realizada a primeira edição do evento “Coisarada Cultural”, com o objetivo de debater o futuro de Florianópolis em relação à cultura e à arte. O evento, promovido pelo candidato a prefeito Marquito (50) e a vice, Cláudia Zininha, está marcado para as 18h, no Centro Cultural Wagner Segura (bairro Santa Mônica).

“A ideia é reunir a classe artística, quem faz a cultura da nossa cidade, para ouvir as propostas e pedir apoio à candidatura do Marquito”, segundo Cláudia, que é cantora, produtora cultural, pesquisadora e também filha de Cláudio Alvim Zininho, autor da célebre composição “Rancho de Amor à Ilha”, hino de Florianópolis. A artista e candidata defende que é importante “saber de cada área o que espera, o que reivindica, o que podemos fazer para fomentar e estimular nosso setor”. 

Marquito e sua vice

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