Florianópolis ganha um deputado; os destaques das Câmaras e outras notas

Florianópolis ganha um deputado

A partir de janeiro de 2025, a Grande Florianópolis terá um novo representante na Assembleia Legislativa de Santa Catarina: Alex Brasil, do Partido Liberal (PL).

Alex Brasil e Maurício Peixer, ambos do PL, assumem nas vagas dos deputados estaduais Estêner Soratto e do Edilson Massocco, que foram eleitos prefeitos e assumem dia primeiro de janeiro o comando das cidades de Laguna e Concórdia, respectivamente.

Conhecido por sua atuação em movimentos conservadores e de direita, Alex Brasil se destacou liderando manifestações “Fora Dilma” e em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Agora, como deputado estadual, promete trazer uma agenda baseada em valores da família, liberdade de expressão e fortalecimento da segurança pública.

Com um histórico sólido de engajamento nas ruas, Alex Brasil tem a missão de dar voz às demandas dos catarinenses. “A responsabilidade é imensa, mas estou pronto para trabalhar por um futuro melhor para Santa Catarina”, declarou ele, já se posicionando como uma das principais vozes conservadoras da Assembleia.

Deputados da Capital

Com a ascensão de Alex Brasil a Capital ganha seu segundo deputado estadual. Já conta com Marquito do PSOL, que até disputou a prefeitura da Capital, mas ficou em segundo lugar e retornou ao cargo na Alesc. A Capital ainda conta com o deputado Jair Miotto (União Brasil), porém, este tem sua base eleitoral mais consolidada no Oeste Catarinense.

Vereador conservador

A Câmara de Vereadores de Florianópolis passou por uma renovação significativa de neste pleito, trazendo novos rostos e ideias ao cenário político local. Dentre os eleitos, destaca-se João Padilha, advogado e agora o primeiro vereador conservador da cidade, que obteve 3.173 votos.

Florianópolis, historicamente, não contava com representação conservadora. O material de campanha do advogado destacava vídeos e fotos de figuras influentes do Partido Liberal (PL), como a deputada federal Júlia Zanatta e a deputada estadual Ana Campagnollo, ambas defensoras fervorosas das pautas conservadoras.

“Durante sua campanha, Padilha teve nosso apoio e enfatizou bandeiras como a defesa da família, a valorização da segurança pública e a promoção de políticas que visam a liberdade econômica. Pautas que serão defendidas agora na câmara municipal”, assegurou Zanatta.

Padilha ao lado de suas referências, as deputadas Julia Zanatta (federal) e Ana Campagnolo (estadual)

MDB cresce na Capital

O MDB de Florianópolis ressurgiu das cinzas. Depois do decepcionante resultado das eleições de 2020, quando o partido sequer fez vereador, nesta eleição passada retomou sua grandeza. O partido fez três vereadores e mais que isso: foi protagonista. Contribuiu para a reeleição do prefeito Topázio Neto (PSD) e saiu como a quarta força alcançando 29.610 votos em sua nominata de vereadores. Esse desempenho vem da soma de várias candidaturas fortes, sendo que até a quinta suplência há nomes com votação superior a casa dos 2 mil voto.

O resultado é mérito do trabalho de muitos, mas em especial da liderança de João Cobalchini. Ao retornar ao MDB – que se diga de passagem de onde jamais deveria ter saído – o filho do deputado federal Valdir Cobalchini debruçou-se em construir um partido com uma lista de candidatos fortes.  A dedicação pode até ter interferido em sua própria votação, de 5.073 votos. Muitos achavam que faria mais. Mas, a matemática de João foi somar aliados e apostar no trabalho partidário.

É essa construção através do diálogo que fez Cobalchini vitorioso na eleição da presidência da Câmara. Nos bastidores seu nome é disparado favorito para manter essa presidência na próxima legislatura, por mais dois anos. João deu aula de construção partidária para muito político experiente que muitas vezes cai na soberba do “farinha pouco meu pirão primeiro”.

João Cobalchini, presidente da Câmara

O vereador do trânsito

A futura Câmara de Vereadores da Capital vai ter um vereador voltado à questão da mobilidade urbana. Confesso que no início da campanha queria saber se ‘avisar sobre acidente no trânsito’ dá voto. Vi que dá. O agente da Guarda Municipal de Florianópolis, Ricardo Pastrana, foi eleito vereador com 5.205 pelo PSD. Pastrana tem forte trabalho voltado a orientação do trânsito na Grande Florianópolis através das redes sociais e com amplo auxilio da imprensa. Agora terá a oportunidade de construir leis que ajudem aos motoristas a terem um trânsito menos travado na Capital.

Ricardo Pastrana

Milei de Floripa e o Roberto Carlos Cover

Bom analisar que apenas ser famoso ou conhecido não garante o sucesso nas urnas. Ricardo Pastrana é conhecido pelo seu trabalho informativo sobre o trânsito. Mas, ele não se elegeu só porque é famoso. Elegeu-se porque presta um serviço. O eleitor entendeu que tem algo útil entregue por ele gratuitamente em forma de serviço de interesse publico.

Já outros dois famosos da Capital não tiveram o mesmo sucesso, especialmente porque não entregam um serviço diretamente ao eleitor e que também seja de interesse desse eleitor. Falo do lunático personagem Milei de Floripa, do PL, um cidadão que desfilava em carrões adesivados com a bandeira da Argentina e ele próprio – como a própria alcunha diz – fantasiado se passando pelo presidente da Argentina. Fez 383 votos. Outro famoso que ficou pelo caminho foi o Roberto Carlos Cover, que se apresenta nas proximidades do Mercado Público. Esse último conseguiu 103 votos.

A constatação que fica é que a fama ajuda, mas a prestação de algum tipo de serviço de interesse público, social ou comunitário é muito mais decisiva para uma eleição.

Milei de Floripa e Roberto Carlos Cover

O novo em São José

Vale o registro também da retumbante votação que conquistou o jovem vereador Cryslan, reeleito para mais um mandato pelo partido Novo em São José. Foram 4.999 votos, oque significa dizer que 4% dos votos depositados para vereador foram para a jovem promessa da política.

Cryslan é a boa notícia da política em São José. Seu mandato já foi de entregas, de inovações e principalmente transparência na forma de se comunicar. Agora, respaldado novamente pelas urnas, deverá ter um mandato ainda mais impactante. Importante o surgimento de lideranças como Cryslan para ir livrando aos poucos o município da velharia e da mesmice da política local.

Vereador de São José Cryslan

Amarrada

Impressionante como a campanha de Topázio Neto (PSD) foi casadinha com a dos vereadores. Ele fez 161.839 votos e todos os partidos coligados anotaram 158.224 votos para seus vereadores. Bote campanha amarrada nisso.

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Desgostosos

Um total de 115.220 ou 28,05% dos eleitores nem se deu ao trabalho de comparecer ao local de votação no domingo passado em Florianópolis. Somados a 7.964 que votaram em branco e outros 10.955 que anularam o sufrágio, são 134.139 que simplesmente não quiseram participar da escolha do futuro prefeito da cidade. É muita gente desgostosa com a política.

Mais votos que o prefeito

Em São José o percentual de quem sequer se deu ao trabalho de ir votar foi parecido com o de Florianópolis: 27,29% ou 52.221 eleitores. O detalhe é que esse contingente de gente é maior que os que votaram no prefeito reeleito Orvino Coelho de Ávila (PSD), que conquistou 51.347 votos. Se somar aos que não foram votar também os votos em branco (7.147) e os nulos (7.994) temos a impressionante marca de 67.362 eleitores de um universo de 191.370 eleitores. 

Dois trabalhos

Os números acima que apontam a ausência de eleitores no processo eleitoral só mostra o trabalho de Hércules para quem queria tirar o prefeito que concorria à reeleição. O primeiro esforço era conquistar o voto e o segundo era convencer o indivíduo a comparecer na urna. Vamos combinar que é um cenário bem mais favorável a quem já está no governo, visto que conta com uma multidão de vereadores e cabo eleitorais com um milhão de interesses e motivos para ir votar e convencer seus influenciados a ir votar também.

Antipolítica

O alto índice de abstenções chamou a atenção do deputado estadual Marquito, segundo colocado na eleição da Capital. “Em Florianópolis, chegou a 28%. Mais de 115 mil pessoas não saíram de casa para votar. O índice igualou-se ao de 2020, quando o pleito foi realizado em plena pandemia e essa havia sido a razão apontada para as ausências. Todos que acreditam no processo democrático precisam olhar para esse dado, pois reflete um movimento antipolítica”, avaliou.

Deputado Marquito – Crédito:  Bruno Collaço / Agência AL

Marquito agradece

O deputado estadual Marcos José de Abreu – Marquito (PSOL) repercutiu o processo eleitoral recém-vivenciado enquanto candidato a prefeito de Florianópolis, em fala na tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) na quarta-feira (9). Ao lado da candidata a vice, Claudia Zininha, Marquito recebeu 61.509 votos, ficando em segundo lugar, com 22,23%. “Esse número é muito expressivo, especialmente diante das condições que tivemos, 24 segundos de TV e rádio. O resultado mostra que a população reconheceu nossa candidatura como um caminho viável para Florianópolis. As pessoas confiaram no nosso compromisso em cuidar do povo, da natureza e da cidade, com a questão climática como ponto central”, comentou o deputado.

Ué, e o Topázio?

Vários relatos de eleitores mais que desavisados de São José que digitaram o 55 na urna de votação com a esperança de estar votando em Topázio Neto (PSD), prefeito da Capital. Muito disso influencia da campanha na televisão, coisa que São José não tem. Alguns admitiram que a foto do homem que apareceu era meio diferente. Era a de Orvino, que só agradeceu os votinhos. Não que esse pequeno percentual de enganados eleitores tenha contribuído para o resultado final da eleição, mas é só mais um sinal de que as forças sopravam para a reeleição do prefeito.

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