O que a guerra entre facções na Grande Florianópolis ensinou para a população

ARTIGO

Por: Bruno Haiah

O último sábado (19) foi marcado por uma onda de violência em cidades da Grande Florianópolis, como a capital catarinense, São José e Palhoça. Uma guerra entre facções pretendia instalar o terror nas cidades, gerando caos e medo na população. Pretendia, porque as ações criminosas não duraram 24 horas.

Logo pela manhã, já circulavam na internet vídeos de barricadas nas ruas, carros e ônibus incendiados em diversos pontos da Grande Florianópolis. As ações continuaram acontecendo ao longo do dia e provavelmente se estenderiam por dias se não fosse um detalhe esquecido pelos criminosos: a qualidade da Segurança Pública de Santa Catarina.

Diferente de muitos estados onde as instituições de segurança pública são marcadas por intrigas entre si, motivadas pelo ego da farda, Santa Catarina vai na contramão e mostrou novamente, neste final de semana, que um estado com as forças de segurança pública unidas é um estado onde a criminalidade não prospera.

Como dito, os ataques iniciados no sábado poderiam durar dias se não fossem diversos fatores que encerraram os atos e colocaram os criminosos para correr no mesmo dia. E essa união institucional foi um desses fatores. Poucas horas depois de os criminosos começarem a agir, instituições de segurança pública federal, estadual e municipal atuavam em conjunto, encurralando os marginais e pondo fim aos atos criminosos.

Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal deram um exemplo para o Brasil, mostrando os resultados que são obtidos com um trabalho conjunto. Demonstraram que, quando a situação aperta, não existe instituição A ou B, mas sim uma única força de segurança atuando em harmonia para proteger não apenas a população, mas também uns aos outros, oferecendo apoio e proteção mútua.

A Guarda Municipal mostrou novamente ter o mesmo padrão de força policial que seus pares. Mostrou a uma parcela da população que ainda discrimina a instituição a sua relevante importância para a segurança pública de uma cidade.

Se em algum município uma Guarda Municipal não é tão eficiente, isso é fruto da falta de investimento do poder público na instituição.

Tomemos como exemplo o município de São José. O poder público municipal criou plano de carreira para a Guarda, adquiriu novas viaturas e equipamentos, armou os agentes com fuzis, carabinas, espingardas, pistolas 9mm e lançadores de granadas. O resultado disso foi uma maior capacidade de atuação dos agentes municipais, comprovada por dados como o aumento de veículos roubados que foram recuperados, das abordagens realizadas nas ruas, das prisões efetuadas, entre outras ações que aumentaram a segurança do município de São José.

O episódio do último final de semana foi um tapa na cara daqueles que ainda ousam julgar ou desmerecer a Guarda Municipal, que demonstrou sua competência, junto às demais forças de segurança, no combate às facções criminosas, ação que, em muitos municípios, só pode ser realizada por elites da Polícia Militar, como o Bope.

A parcela preconceituosa da sociedade precisa entender de uma vez por todas que as Guardas Municipais são um elo que compõe a Segurança Pública, e que uma Guarda bem preparada e equipada significa uma cidade mais segura.

Talvez este acontecimento do final de semana mostre para a população a importância de cada instituição de segurança pública que temos e a qualidade destacada de cada uma delas em Santa Catarina. Talvez este acontecimento mostre para os outros estados que a divisão entre as instituições por mero capricho só prejudica a sociedade e que, agora, possam ter Santa Catarina como exemplo, no qual foi exatamente a união entre polícia federal, estadual e guarda municipal em um trabalho conjunto que fez o impossível: acabou com uma guerra de facções que acontecia simultaneamente em várias cidades em menos de 24 horas.

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