Imobilidade urbana: o desafio para Topázio e Jorginho e outras notas

Imobilidade urbana: o desafio para Topázio e Jorginho

Na eleição municipal o prefeito Topázio Neto (PSD) deixou bem claro que o governador Jorginho Mello (PL) é seu “casca de bala”. Em outras palavras, é seu principal parceiro e fiador político. Isso ficou bem claro na coligação PSD-PL, caso sui generis na política estadual atual. Ficou claro também em peças de marketing, como na famosa puxada de rede de tainha (pré-campanha) ou na vistoria à instalação da nova iluminação na Hercílio Luz.

Mas, agora que passou a eleição é bom pensar: e para o eleitor, agora cidadão, qual será o legado dessa parceria eleitoral?

Imagina-se que os pleitos de Florianópolis estão na primeira gaveta de ordem do governador. Imagina-se que nossas dores as são também do chefe do Executivo Estadual. E isso é muito importante. Há anos Florianópolis não conta com o alinhamento político da prefeitura com o Governo do Estado. Mas, vamos pra prática. Não seria uma maravilha se o prefeito aproveitasse para usar tamanha influencia para resolver o maior problema da cidade, que é o de mobilidade urbana?

As avenidas e ruas colapsadas, congestionadas nesta eterna imobilidade urbana causam prejuízos econômicos e sociais para quem aqui mora e produz. O drama é tamanho que o cidadão já normalizou. Parece um problema de impossível resolução, potencializado pela acidentada geografia em que nos localizamos. E esse é justamente o maior problema: normalizar um caos, que tem solução. Com Estado e município juntos, emprego de recursos financeiros e técnicos, é possível.

SC-401 colapsada

Durante a eleição, soou como promessa de campanha, mas o governo Topázio divulgou um projeto em conjunto com o Governo do Estado para ao menos amenizar o drama da SC-401. Até umas máquinas foram colocadas para trabalhar para o prefeito gravar um vídeo na altura do Cacupé. O problema é que a eleição passou e o assunto morreu. Porém, o caos para quem mora na Norte da Ilha e precisa se deslocar ao centro, ou vice-versa, não morreu com a eleição. Persiste, dia a dia. Nesta semana, com um caminhão quebrado potencializou novamente. Até quando?

Retorno dos Guinchos

Ao menos uma notícia de ação foi divulgada recentemente. O lançamento de um edital de licitação para contratar novamente guinchos para ficarem à disposição 24 horas por dia, sendo um na SC-401 e outro na cabeceira das pontes Pedro Ivo e Colombo Salles. As autoridades entendem que em 30 dias o certame estará concluído e o prazo de contrato é de dois anos. Uma iniciativa que já existia no passado e foi abandonada pelo atual governo municipal. Será importante para atacar um problema: o tempo de resposta em caso de carro ou caminhão quebrado. Já é alguma coisa!

Políticos do trânsito

O assunto “trânsito” é tão forte que a cada eleição a população envia um recado subliminar através das urnas para ver se as autoridades captam a urgência. Ao menos um vereador é eleito ligado ao assunto, especialmente com ligação à Guarda Municipal de Florianópolis.

Até essa legislatura essa cadeira era ocupada pela ex-comandante da GMF, Maryanne Mattos. Agora, assume em seu lugar Ricardo Pastrana. Aliás, Pastrana se elegeu tendo como plataforma justamente o serviço de manter o motorista avisado diariamente sobre as condições do trânsito.

Com Maryanne na condição de vice-prefeita, a representação das lideranças do trânsito estará inclusive ampliada. Agora o que se espera é que essas lideranças tragam resultados práticos. A GMF, por exemplo, sequer tem estrutura suficiente. Falta-lhe efetivo!

Ricardo Pastrana e Maryanne Mattos, agentes da GMF eleitos com a pauta do trânsito

Cobalchini defende MDB em projeto de centro-direita ou independente em 2026

Superado o pleito municipal, o mundo político começa observar mais atento aos movimentos visando 2026, quando terá no Brasil a eleição para a presidência da República, Governadores, deputados estaduais, federais e senadores. Nesse momento, lideranças como o atual presidente estadual do MDB, deputado federal, Valdir Cobalchini, começam projetar cenários.

Olhando para o seu MDB, o deputado federal entende que o partido deve buscar construir um projeto próprio para disputar a presidência da República. O partido saiu fortalecido das eleições municipais e vai governar 27.9 milhões de eleitores a partir de agora. Os números mostram o partido retomando espaços no cenário político. Em 2016 o MDB tinha 1.048 prefeituras. Abalado pelo envolvimento de antigas lideranças em casos de corrupção, caiu para 802 prefeituras em 2020 e nas eleições deste ano cresceu 62 prefeituras chegando a 864.

É baseado nessa retomada do protagonismo que Cobalchini entende que o partido deva construir um projeto para o País. Lembrando que em 2022 o partido teve a candidatura à presidência de Simone Tebet e como não chegou ao segundo turno, acabou fechando com a reeleição do presidente Lula.

Mas, caso uma candidatura própria não seja possível, uma alternativa defendida pelo parlamentar é que a cúpula nacional libere os diretórios nos estados para as construções que melhor lhe caberem. Por ser do tamanho do Brasil, ou seja, muito grande, o MDB flerta com várias correntes ideológicas desde esquerda até direita e em cada estado é uma realidade. Se em Santa Catarina o partido simpatiza mais com a direita, no Nordeste está mais atrelado à lideranças de esquerda.

Deputado federal, Valdir Cobalchini defende MDB afastado do governo Lula

Projeto de centro-direita

Uma alternativa também bem vista pelo deputado Cobalchini é apoiar um projeto de centro-direita. O parlamentar traz dos resultados das urnas os números para embasar a ideia. Ele aponta que partidos de centro-direita como PSD, União Brasil, Republicanos e PP saíram muito bem das urnas, em detrimento dos extremos do País, representados por PL e PT. Na opinião do deputado, o MDB deve buscar a construção de uma alternativa para o País com esses aliados.

Cobalchini entende que esse consórcio de partidos com espectro político semelhante pode estar junto em uma candidatura à presidência da República do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP) ou do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), por exemplo. O nome precisaria ser construído, mas a ideia seria a construção de um projeto de centro-direita.

Governo Lula

Sempre bom lembrar que atualmente o MDB faz parte do governo Lula com três ministérios: Simone Tebet no Planejamento; Renan Filho no Transportes e Jader Barbalho Filho em Cidades. No Congresso o partido dá sustentação ao governo, como não poderia ser diferente. Entretanto, os parlamentares respeitam questões locais de suas bases.

Cobalchini por exemplo, acima da orientação partidária, construi seus votos a partir de pautas as quais considera inegociáveis como do agro; da propriedade, dos direitos individuais, dos valores das famílias e outros. Desta forma o parlamentar é favorável em votações de importância para o Brasil, especialmente de pautas econômicas e vota livre em temas mais de valores.

Governo Jorginho

Ainda sobre 2026 o deputado Valdir Cobalchini comentou sobre a aproximação que está ocorrendo entre o governador Jorginho Mello e o partido. Recentemente o governador ofereceu três secretarias para que o MDB ingresse na sua base de governo e construa uma coligação para sua reeleição.

Cobalchini entende que são coisas separadas. Ele não vê impedimento para que os deputados estaduais construam espaços no governo e dêem base para o governador na Alesc. Porém, uma coligação para 2026 deve ser debatida em um fórum mais amplo do partido, envolvendo prefeitos e demais lideranças. Ou seja, o deputado não se opõe a coligação, mas entende que deve ter um maior debate.

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