De Florianópolis ao UFC: a jornada transformadora de Peter Montibeller

As artes marciais têm se consolidado como uma prática que vai além do condicionamento físico no Brasil, promovendo saúde mental e disciplina. Entre os nomes que simbolizam esse movimento, destaca-se o catarinense Peter Montibeller, ex-lutador de MMA, cuja trajetória inspira tanto atletas quanto iniciantes. Peter começou em um projeto social em Florianópolis, superou desafios pessoais e profissionais, integrou o UFC e hoje se reinventa como Personal Fight, transformando vidas por meio do esporte.

Peter iniciou sua carreira aos 7 anos, em um projeto no bairro Coloninha, onde morava, na região continental da capital catarinense. Seu primeiro contato foi com a capoeira, seguido pelo Jiu-Jitsu, até se apaixonar pelo Muay Thai. “Treinava e trabalhava limpando tatames para pagar as aulas. Sempre acreditei que a luta era meu caminho para mudar minha realidade”, relembra.

 

Sua estreia no MMA, em 2012, foi marcada por emoção e superação, no evento Black Trunk Fight, no ginásio do Figueirense, em Florianópolis. Após a morte de seu irmão Erick, Peter lutou em sua homenagem, venceu Sérgio Sezoski no primeiro round e levou ao público uma mensagem de determinação. Essa vitória o projetou ao cenário nacional, culminando na participação no reality show The Ultimate Fighter Brasil 4, onde teve uma experiência transformadora, mesmo sem conquistar o título.

Peter seguiu lutando profissionalmente e atingiu a marca de sete vitórias em sete lutas. Perdeu sua invencibilidade somente em 2015, no evento Nitrix, em Balneário Camboriú. E fez sua última luta no anos eguinte, quando se despediu dos octágonos e tatames.

Nos últimos anos, Peter tem promovido o Muay Thai e outras modalidades como ferramentas de bem-estar e autoconhecimento. Após deixar as competições, ele adaptou seus treinos para se tornarem acessíveis, ensinando em praças e residências durante a pandemia. Hoje, mantém um estúdio em Florianópolis e trabalha com iniciantes e atletas experientes.

“As artes marciais são para todos, não só para quem quer competir. Elas ensinam disciplina, aumentam a autoconfiança e ajudam a superar limitações, tanto físicas quanto emocionais”, afirma. Segundo ele, o esporte também combate problemas modernos, como ansiedade e sedentarismo, ao mesmo tempo que estimula o desenvolvimento pessoal.

Peter planeja expandir sua atuação, criando novas oportunidades para jovens lutadores e profissionais da área. “Quero formar uma rede onde outros treinadores possam crescer e levar a filosofia das artes marciais adiante. A luta é minha paixão e minha missão”, completou.

Inspirado por ícones como José Aldo e motivado por seu filho de 6 anos, Peter continua a viver pela filosofia que o trouxe até aqui: lutar todos os dias, não apenas no tatame, mas na vida.

Com informações de Analice Nicolau, do Jornal de Brasília.

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