Virose em Florianópolis ultrapassa a marca de mil casos em uma semana

Virose em Florianópolis ultrapassa a marca de mil casos em uma semana 1

A Secretaria Municipal de Saúde contabilizou 1.141 casos de virose em Florianópolis, entre os dias 12 e 19 de janeiro. O número é 23,5% maior do que o registrado no mesmo período de 2024, quando a cidade teve 924 casos.

Os dados consideram os registros das unidades sentinela, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Norte e a UPA Sul. O resultado, porém, é 15,8% menor do que a mesma semana de 2023, que totalizou 1.356 casos de doenças diarreicas.

A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que a virose em Florianópolis tem comportamento sazonal. O aumento dos casos está associado à maior concentração de pessoas na cidade durante o verão, o que sobrecarrega o sistema de esgotamento sanitário.

Praia com água imprópria para banho em SC

Segundo a Dive-SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), o surto também está associado ao contato com águas impróprias para banho, que podem apresentar contaminação por esgoto.

Além disso, o consumo de alimentos fora de casa, muitas vezes em condições inadequadas de manipulação e armazenamento, contribuem para os casos de virose em Florianópolis e no restante do estado.

Casos de virose em Florianópolis podem estar associados às chuvas

Sintomas de virose e doenças diarreicas

Fábio Gaudenzi, superintendente de vigilância em saúde da SES (Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina), destaca que os períodos de chuvas intensas, com alagamentos, estão relacionados a um aumento nos casos de leptospirose e doenças diarreicas.

“Se precisar entrar na água, utilize luvas, botas ou então sacos impermeáveis. Evitar ao máximo o contato vai diminuir o risco de adoecimento. Além disso, alimentos que tiveram contato com essas águas devem ser descartados”, orienta o superintendente.

Paciente com virose toma soro em UPA

A Foz do Rio Itajaí e a Grande Florianópolis concentram os maiores números de atendimentos, com 10.498 e 7.381 casos respectivamente, de 29 de dezembro a 22 de janeiro.

Santa Catarina registrou ao todo 42 mil casos de doenças diarreicas na rede estadual de saúde, segundo a Dive-SC. A última semana, encerrada no dia 22 de janeiro, revelou uma queda de 13,5% em relação à semana anterior.

Veja recomendações da Dive-SC para evitar a virose em Florianópolis

Lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, nas trocas de fraldas e ao preparar ou manipular alimentos;

Não consumir gelo de locais duvidosos;

Não frequentar locais impróprios para banhos;

Não consumir alimentos que estejam com prazo de validade vencido;

Não consumir alimentos cujas embalagens estejam estofadas ou amassadas;

Higienizar sempre frutas, verduras e legumes;

Evitar o consumo de carne crua ou malpassada;

Aumentar a ingestão de líquidos, sempre cuidando com a qualidade da água.

Cuidados com alagamentos

Evite contato com a água contaminada: Essa água pode transmitir doenças como leptospirose e infecções gastrointestinais;

Descarte alimentos expostos: Qualquer alimento que tenha tido contato com a água da enchente deve ser jogado fora. Se a embalagem for de vidro, enlatados ou longa vida, e estiver íntegra, o alimento pode ser aproveitado;

Use equipamentos de proteção: Luvas, botas são essenciais ao lidar com áreas alagadas. Se isso não for possível, use sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;

Higienize o ambiente corretamente: Após a retirada da lama, desinfete o local utilizando água sanitária. Misture dois copos (200 ml) do produto em um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos;

Cuidado com animais peçonhentos: Ao limpar a casa, verifique cuidadosamente móveis, cantos e objetos onde esses animais possam estar escondidos.

Fique atento aos sintomas e busque atendimento médico

Conforme a SES, os sintomas da virose em Florianópolis e outras cidades de Santa Catarina incluem náuseas, vômitos, desidratação e diarreia, que podem ou não ser acompanhados de febre.

“O principal sintoma é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou pouco consistentes. Pode ser acompanhado de náuseas, vômitos, febre e dores abdominais, podendo durar até 14 dias”, informa a SES.

Crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são mais vulneráveis à doença, que pode evoluir para um caso grave. Além de se hidratar bem, é importante monitorar os sintomas, não se automedicar e, se necessário, procurar uma unidade de saúde para tratamento adequado.

Foto: Leo Munhoz/ND

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