Continuação da Beira Mar Continental: Orvino é eficiência, Topázio é incompetência

Em São José a coisa anda; em Floripa a coisa desanda

A implantação da continuação da Beira Mar Continental, ligando Florianópolis até a BR-101, por Barreiros, em São José, está expondo de um lado a eficiência do governo Orvino Coelho de Ávila (PSD) e de outro a incompetência do governo Topázio Neto (PSD). A agilidade com que a primeira administração toca a sua parte se comparada com a apatia da segunda é colossal.

O projeto da ligação até a BR-101, criando um novo eixo de ligação com a Ilha de Santa Catarina é um só, porém, sua execução é municipalizada. A obra toda foi orçada inicialmente em R$ 509 milhões: R$ 244 milhões de São José e R$ 265 milhões de Florianópolis. A avenida terá 8,250 km. A parte da Capital tem 4,5 km e a de São José 3,750 km.

São José está fazendo o seu dever de casa. Acelerou os processos, realizou audiência pública para discutir os impactos da obra e foi atrás dos recursos para sua execução. Para realizar o empreendimento, o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) assegurou um financiamento de US$ 43,2 milhões, com uma contrapartida de US$ 10,8 milhões.

São José já recebeu sinal verde para lançar a licitação. Enquanto isso, Florianópolis vive como se a obra não lhe fosse prioridade.

Licença ambiental

Uma das partes mais demoradas para a realização de uma obra, São José já conseguiu superar nesta semana. Em solenidade nesta quinta-feira (6), às 15h30min, na Cantina Zabot,  Av. Leoberto Leal, em Barreiros, o governador Jorginho Mello (PL) entrega, aquilo que por várias vezes o prefeito Orvino cobrou publicamente, que é a Licença Ambiental Prévia (LAP) para a Beira Mar de Barreiros em São José.

A LAP foi emitida após uma criteriosa análise técnica por uma equipe multidisciplinar de servidores do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), englobando os meios físico, biótico e socioeconômico dos impactos do empreendimento. A LAP é a primeira das licenças exigidas no licenciamento da modalidade trifásica. Agora, o IMA aguarda a formalização dos projetos técnicos e documentos para iniciar a análise da fase de LAI (Licença Ambiental de Instalação).

Grandes projetos

Faço várias críticas em relação à forma como o prefeito Orvino comanda a cidade de São José. Porém, não há como negar que seu governo é eficiente para tirar do papel grandes obras e agir com rapidez e de forma silenciosa para entregar os melhores resultados para seus cidadãos.

Complemento

Bom lembrar que a etapa de São José – a chamada Beira Mar de Barreiros –  é um complemento do projeto que precisa da etapa que deverá ser feita por Florianópolis, ligando a Beira Mar Continental até o trecho do município vizinho. Ou seja, se a Capital não fizer sua parte, ficará um projeto capenga e incompleto.

Com cerca de 3,7 quilômetros de extensão, a Beira-Mar de Barreiros também abrange intervenções na drenagem, e a construção de um complexo de lazer e cultura. O projeto prevê ainda a melhoria de 2,8 quilômetros de vias de acesso à futura via. O projeto de São José contempla a implantação da via, no limite com Florianópolis, no Rio Büchler, até a ligação com a BR-101, no Rio Três Henriques, em Barreiros, em São José.

Fala Topázio

O que mais surpreende é que enquanto em São José as coisas andam, em Florianópolis o governo municipal é só silêncio e monotonia. Por que o prefeito Topázio Neto não se manifesta sobre a continuidade da Beira Mar Continental? O que a prefeitura fez para tirar o projeto do papel? Será que a prefeitura não tem capacidade de endividamento parar buscar o financiamento para a obra? Será isso?

E a marina?

E o que preocupa que essa mesma postura de “não tenho nada a ver com isso” do prefeito Topázio Neto é a mesma em relação a outras grandes obras e projetos muito caros para a Capital. Vamos citar, por exemplo, o Projeto do Parque Marina da Beira Mar. Uma iniciativa que foi iniciado e bem encaminhado nas mãos do ex-prefeito Gean Loureiro (UB). Seu governo deixou tudo mastigadinho, até com o vencedor do certame escolhido, restando apenas as licenças ambientais e alguns ajustes necessários. Mas, na mão do prefeito Topázio o projeto caiu no ostracismo.

Parque e Marina Beira-mar Norte: ninguém mais fala do assunto

Cadê a cobrança?

Se o que emperra o projeto do Parque Marina Beira Mar são as licenças ambientais, o prefeito Topázio que venho a público falar sobre o assunto. Dê publicidade ao trâmite, cobre do IMA mais agilidade nas análises. Enfim, aja como prefeito, como alguém que está interessado em tirar do papel um projeto tão importante para a cidade. O problema é que não faz nada. Os meses passam e o projeto que antes parecia tão próximo, hoje já é um projeto do nunca mais.

Coisas grandes

Essa falta de responsabilidade pública com a informação talvez seja a maior diferença entre Topázio e seu antecessor. Enquanto Gean utilizava-se das redes sociais para deixar a população inteirada dos assuntos da cidade e vinha a público falar de todos os temas, explicando minuciosamente cada assunto, por mais espinhoso que fosse, Topázio usa o tiktok apenas para falar de prato manézinho e assuntos quase insignificantes para a cidade. Falta ao prefeito falar dos grandes projetos, ter as conversas difíceis, mas que o munícipe quer ter.

Gambiarras

Mais um exemplo clássico do pensamento pequeno do governo Topázio são as gambiarras feitas em parceria com o governo do Estado na rodovia SC-401. Enquanto qualquer morador dessa cidade sabe que a rodovia mais movimentada do Estado precisa de terceira faixa, em ambos os sentidos, de ponta a ponta, o prefeito fica fazendo obrinha que pouco resolve.

SC-401 está saturada – foto Internet/ND

Realidade

E não adiantam virem com conversa fiada de transporte coletivo com ônibus para diminuir o trânsito na via. As pessoas querem se locomover com seus carros e isso só vai mudar quando a Região Metropolitana chegar à quantidade necessária de pessoas gerando demanda para ter metrô ou BRT. Até lá é com carros que as pessoas querem sair do Norte da Ilha para o centro todo santo dia, nem que para isso percam até duas ou três horas na fila.

De quando o governador atendia Floripa

É bom lembrar que a SC-401 foi duplicada em 2011 pelo governador Raimundo Colombo (PSD) que tinha como secretário de Infraestrutura o hoje deputado federal, Valdir Cobalchini (MDB). O detalhe, a obra foi feita em um ano. Se o prefeito Topázio goza de tanta parceria com o governador Jorginho Mello (PL), está mais do que na hora de entregar o pleito na mesa do governador. Ou será que essa afinidade do prefeito com o governador só vale no campo eleitoral, sem retorno no campo administrativo para a cidade?

Esgoto no Sul da Ilha

Outro episódio em que o prefeito Topázio deu uma ‘fraquejada” foi quando ele cobrou publicamente a Casan sobre o esgotamento sanitário no Sul da Ilha, que é de 0%. Ao assumir a prefeitura em 2023 ele gravou um vídeo colocando a faca no pescoço da estatal dizendo que romperia o contrato e licitaria uma nova empresa caso a estatal não lhe apresentasse um planejamento para iniciar de fato o sistema de esgotamento no Sul da Ilha. Bem, depois vocês sabem né. Ficou amicíssimo do governador Jorginho e a merda no mar no Sul da Ilha deixou de ser problema.

Em 2023 Topázio cobrava a Casan, agora faz cara de paisagem

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Com mais mandatos

Na primeira sessão ordinária deste ano Legislativo da Câmara de Capital fiz questão de fazer o registro dos vereadores com mandatos mais antigos. São eles Renato da Farmácia (PSDB) e Dinho (União Brasil). O primeiro mandato de ambos nasceu na eleição de 2008, quando Renato fez 4.295 votos pelo PR e Dinho assinalou 3.444 pelo PSB. Daquela eleição também concorreu no ano passado, Dalmo Menezes, que ficou como primeiro suplente pelo União Brasil e Erádio Gonçalves, impedido de disputar ano passado por questões legais.

Renato da Farmácia e Dinho

Os Reis de mandatos

Recentemente estive com o presidente João Cobalchini (MDB), realizando uma entrevista. Enquanto o aguardava em seu gabinete folhei um livro da Câmara do mandato de 2012. No documento constam Dinho e Renato, porém, na eleição de 2012, Renato ficou como suplente e acabou assumindo a cadeira de vereador. Isso faz com que Dinho tenha cinco eleições de vereador e Renato apenas quatro. De lá pra cá ambos se reelegeram concomitantemente, os tornando os reis de mandatos da atual legislatura.

Livro da Câmara do mandato de 2012

Trio

Também na eleição de 2012 surgiram mais três vereadores que estão até hoje: Guilherme Pereira, Roberto Katum e Afrânio Boppré. Todos com quatro mandatos até a atual legislatura.   

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