Saúde mental ganha espaço no orçamento familiar dos brasileiros, revela pesquisa

A preocupação crescente com a saúde mental tem levado os brasileiros a incluí-la no planejamento financeiro familiar. Segundo o estudo “O Impacto das Finanças na Saúde Mental do Brasileiro”, realizado pelo Serasa, os investimentos em terapias e programas de bem-estar emocional estão ganhando prioridade, superando despesas com automóveis e educação.

 

A pesquisa aponta que 86% dos brasileiros acreditam que cuidar da saúde mental contribui para uma melhor situação financeira a longo prazo, enquanto 67% desejam ampliar os investimentos nesse setor.

 

Para Matheus Steglich, diretor médico do Instituto São José – Centro de Psiquiatria e Dependência Química, da ViV Saúde Mental e Emocional, esse movimento reflete uma maior conscientização sobre a relação entre bem-estar emocional e qualidade de vida.

 

‘’A saúde mental e a saúde financeira estão profundamente interligadas, influenciando-se mutuamente no bem-estar individual e coletivo. Problemas financeiros, como dívidas excessivas e insegurança econômica, são fatores de estresse que podem levar à ansiedade, depressão e outras condições. Da mesma forma, transtornos mentais podem impactar a capacidade de tomar decisões financeiras racionais, levando a gastos impulsivos ou dificuldades em gerenciar recursos. Manter um equilíbrio entre estabilidade emocional e planejamento financeiro é essencial para uma vida saudável, exigindo estratégias como educação financeira, busca de suporte psicológico quando necessário e hábitos de consumo conscientes que promovam segurança e tranquilidade no dia a dia” explica.

 

O estudo também revelou que problemas financeiros afetam diretamente a qualidade de vida, gerando aumento da ansiedade, queda na autoestima e dificuldades para dormir. Além disso, transtornos como ansiedade e depressão foram associados à redução do desempenho profissional.

 

“O presenteísmo e o absenteísmo são fenômenos relacionados à saúde mental que impactam significativamente o ambiente de trabalho e a produtividade das organizações. O presenteísmo ocorre quando o colaborador está fisicamente presente no trabalho, mas seu desempenho é prejudicado por questões de saúde mental, como depressão, ansiedade ou estresse. Já o absenteísmo refere-se às ausências frequentes devido a problemas de saúde, muitas vezes relacionados a transtornos mentais. Nas duas situações o desempenho profissional é afetado, gerando custos para o profissional, para a empresa e para sociedade como um todo”, ressalta.

 

A crescente priorização da saúde mental entre os brasileiros reflete uma mudança positiva na percepção social sobre o tema. Segundo a pesquisa, cada vez mais pessoas estão incorporando o cuidado com a mente em suas metas e orçamentos.

 

Esse movimento é essencial, pois o equilíbrio emocional impacta diretamente não apenas a saúde física, mas também a estabilidade financeira e o desempenho profissional.

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