Florianópolis está entre as três capitais com melhor acesso a creches no Brasil

Florianópolis é uma das únicas três capitais brasileiras que se destacam no acesso às creches da educação infantil. De acordo com a plataforma Educação Já, da ONG Todos pela Educação, Floripa, Vitória e São Paulo têm mais da metade das crianças de zero a três anos em creches e 100% de meninos e meninas de quatro a cinco anos na pré-escola. A plataforma é conhecida por reunir dezenas de indicadores de todos os municípios brasileiros.

De acordo com o ministério da Educação, metade das capitais brasileiras estão abaixo da média nacional de acesso à creche, com apenas 40% das crianças de zero a três anos atendidas.

Um outro fator une mais uma vez as três capitais: Florianópolis, Vitória e São Paulo são os que mais investem em educação. Os dados de 2023 reunidos pela plataforma Educação Já mostram que Floripa investiu naquele ano R$ 21.824 por aluno. São Paulo (SP) está em 2º lugar, com R$ 20.460, seguida por Vitória (ES), com R$ 16.432.

Há uma relação direta entre o dinheiro investido e os indicadores de acesso. A creche é a etapa mais cara da educação básica. Enquanto uma classe com 30 alunos do ensino fundamental requer um professor, são necessários mais profissionais para cuidar adequadamente de 30 bebês de zero a três anos.

A melhora no acesso a essa estrutura tem sido um grande desafio no Brasil e deve ser um dos temas das eleições municipais deste ano. O fato de metade das capitais estaduais não conseguir atingir a média brasileira de 40% de acesso à creche para crianças de até três anos está relacionado, em parte, ao tamanho da cidade.

“Cidades grandes, mais espalhadas, têm mais pais que precisam viajar muito ao trabalho e necessitam de creche. Também têm mais dificuldade em acompanhar uma ocupação por vezes rápida da periferia para oferecer o serviço“, diz Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.

A oferta de creches precisa estar exatamente onde há a demanda (e não apenas no centro da cidade, por exemplo), o que traz um desafio adicional a cidades com área vasta e crescimento acelerado da demanda em periferias.
Há outro fator que contribui para essa dificuldade. “Em cidades pequenas, com menores deslocamentos, uma creche em meio período pode atender às necessidades. Já em cidades grandes, é muito importante haver creche em tempo integral, caso contrário isso pode dificultar o acesso para os pais que moram longe do trabalho. E creches em tempo integral são mais caras e difíceis de expandir”, diz Gontijo.

A falta de oferta dessa etapa da educação tem impacto financeiro direto para os pais das crianças, que às vezes não conseguem conciliar o trabalho com o cuidado dos filhos.

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