Um túnel no Morro dos Cavalos está acima de brigas políticas

Dizer que a implantação de túnel no Morro dos Cavalos é necessária para acabar com a eterna insegurança daquele trecho da BR-101 é chover no molhado. Desde que a BR riscou o chão rumo ao Sul essa é uma demanda levantada pela população e lideranças políticas e é reoxigenada sempre que acontecem tragédias naquela região.

O túnel no Morro dos Cavalos é hoje, talvez, a maior demanda na área de infraestrutura de SC. Tem, portanto, apelo suficiente para unir os contrários. Desde que assumiu o governo do Estado, Jorginho Mello (PL) tem marcado posição contrária ao governo Lula. Ataca em todas as pautas e sequer participou de um evento público ao lado do presidente.

O governador tem todo direito de ter seu posicionamento político. Mas, é um chefe de Estado e precisa ter também um posicionamento republicano. Lula, queiram ou não queiram, é o presidente da República. Tem o poder para destravar uma obra como o Túnel do Morro dos Cavalos.

Se governadores igualmente de direita como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Romeu Zema, de Minas Gerais e Ratinho Jr., do Paraná, participam de atos com o presidente Lula, o que impede Jorginho de fazer o mesmo em prol do Túnel do Morro dos Cavalos?

Ação política

É obvio que a BR-101 em Santa Catarina é administrada por concessão e mesmo que seja aprovada a implantação do Túnel do Morro dos Cavalos seu custo vai sair ao final do bolso de todo mundo que transita pela rodovia.

Mas, não podemos ser hipócritas em achar que uma obra desse tamanho sai do papel com agilidade sem a interferência da força política. É na mesa dos políticos que os projetos são acelerados ou não.

Jorginho faz bem em cobrar do Governo Federal os investimentos que SC precisa, como no caso da BR-282. Mas sentar com o presidente para entregar em mãos essas cobranças não cai pedaço. Pelo contrário, é seu dever na condição de governador de todos os catarinenses.

Nós contra eles

O diálogo republicado entre oponentes políticos para resolver problemas que são de todos só incomoda a um espécime político: o do “nós contra eles”. Só quem aposta no separatismo e na divisão do Brasil não apóia esse tipo de gesto. E esse cidadão não está preocupado com a resolução de problemas reais. O Túnel do Morro dos Cavalos é a última de suas prioridades. Ele só se preocupa com manobras sórdidas e com a manipulação da narrativa.

Briga política

Já dizia o ex-governador João Raimundo Colombo: “nunca vi briga política construir escolas, creches, hospitais ou trazer novas industrias…”. Os tempos são outros, mas as ideias de Colombo nunca estiveram tão vivas.

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Jorginho e João se movimentam

Com a pré-candidatura a governador de João Rodrigues (PSD), as movimentações se intensificaram nos bastidores em torno dos partidos políticos. O prefeito de Chapecó e o governador Jorginho Mello (PL) disputam aliados. É claro que a eleição ainda está muito distante. Mas, os sinais de acordos começam ser desenhados.

PP com João

João Rodrigues, que tem a retribuição do União Brasil como uma certeza ao seu projeto (o PSD apoiou a candidatura do UB em 2022) acelera a conversa com os progressistas. À frente das negociações está o deputado estadual, Altair Silva.

Nos bastidores é tido como certo que a vontade dos três estaduais do PP é estar com João Rodrigues. Estariam eles decepcionados com a falta de espaços no governo Jorginho.

Já o senador Esperidião Amin aos poucos começa enxergar mais espaços para tentar se reeleger ao Senado na chapa de oposição, uma vez que as vagas na chapa de Jorginho já estão congestionadas na disputa ao Senado.

Desembarque

O problema maior é que o PP atualmente faz parte do governo Jorginho. Responde pela secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, com Silvio Dreveck. Mas isso não seria empecilho para os progressistas mudarem o rumo em 2026. O PP também era da base de governo do ex-governador Carlos Moisés. Inclusive o deputado Altair Silva era seu secretário de Agricultura e nem isso impediu que o partido abandonasse o governador aos 45 minutos do segundo tempo. Naquela eleição o PP lançou o senador Esperidião Amin ao governo e ficou em quinto lugar.

MDB na base

Já o governador Jorginho Mello (PL) também faz seus movimentos. O principal deles e o mais relevante neste ano foi a ampliação do MDB no seu governo, tornando o partido seu principal aliado faltando dois anos para a eleição. Jorginho tem de muito tempo boa relação com os emedebistas, inclusive se elegeu senador com os seus votos e sabe que pode contar com o partido no seu projeto de reeleição.

Adriano

Mais dois movimentos governistas chamaram muito a atenção nos últimos dias. Primeiro foi do prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo) que se aproximou do governador Jorginho Mello e já admite a vontade em disputar uma vaga para o Senado na chapa governista. Levando em consideração que até então o Novo estava mais próximo do PSD – inclusive dobraram nas eleições municipais do ano passado em várias cidades – se esse movimento do prefeito irradiar no seu partido será uma mudança de rumo em tanto.

Porta fechada

Alinhado a esse movimento do prefeito de Joinville outra estratégia é impactada. A deputada federal de primeiro mandato Julia Zanatta (PL) quer porque quer ganhar no grito uma indicação do PL para ser candidata ao Senado. Lembrando que pela fila o PL tem como preferência a deputada federal Carol de Toni, que já está em segundo mandato como deputada.

Para conquistar a indicação, obrigando o PL a ter dois nomes ao Senado, Zanatta ameaça até deixar o PL e migrar para o Novo, com possibilidade, inclusive, de compor com o prefeito de Chapecó. Contudo, essa decisão de Adriano de disputar como nome do Novo acaba com os planos da deputada do PL.

Podemos

O outro movimento pró-Jorginho que poderá impactar em 2026 foi traçado na mesa do prefeito da Capital, Topázio Neto (PSD), aliado de primeira hora do governador. É o cruzamento de sangue com a deputada estadual Paulinha (Podemos), que planeja disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.

Desenha-se que o braço direito do prefeito, o secretário de Governo, Fábio Botelho, concorra a deputado estadual dobrando com Paulinha e fortalecendo seu projeto. Nem precisa ser muito esperto em política para visualizar que isso tiraria lá na frente o Podemos da aliança com o PSD e o levaria para a aliança com o governador.

Três candidaturas

São movimentos das últimas semanas que podem impactar as costuras em 2026. É claro que tudo é muito momentâneo e há dezenas de variáveis que devem impactar nas coligações ano que vem. Sem falar da mesa nacional, que dependendo do que vem de lá, alguns arranjos aqui no Estado podem ir por terra. Fato é que toda essa movimentação aponta para um cenário para a disputa do governo do Estado com três candidaturas: Jorginho, João Rodrigues e um nome da esquerda. Seria uma eleição menos pulverizada que a de 2022.

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