Durante o feriado, a capital catarinense foi palco de um dos maiores festivais de sapateado da América Latina: o Floripa Tap 2025 – Festival Internacional de Sapateado. Cerca de 5 mil pessoas participaram do evento, que contou com uma programação de alta qualidade, descentralizada por diversas regiões de Florianópolis — Norte, Centro, Sul, Leste e Continente — entre os dias 30 de abril e 4 de maio.
“Foi uma edição muito especial, com foco na valorização de artistas nacionais e também na presença de nomes internacionais com uma história de envolvimento com o nosso estado. Levamos música e dança de forma gratuita a muitas pessoas que normalmente não têm acesso à arte e à cultura”, destaca Marina Coura, idealizadora do festival. “Tivemos debates relevantes, aulas técnicas, turmas para iniciantes, para pessoas surdas e ouvintes, espetáculos gratuitos, improvisações, mostra de dança, muita troca e, claro, a inesquecível Noite de Gala — única apresentação paga do evento — no Centro Integrado de Cultura”, complementa.
Ela também anunciou a data da próxima edição: de 17 a 21 de abril de 2026. “Já estamos planejando a 15ª edição do Floripa Tap e tenho certeza de que será mais uma vez impactante para todos os participantes”, acrescenta.
Entre os destaques internacionais desta edição estiveram o suíço Daniel Borak, referência mundial no tap dance e formado pela Zurich School of Dance and Theatre; a estadunidense Maud Arnold, madrinha do Floripa Tap e integrante do grupo Syncopated Ladies, conhecido por homenagens icônicas a Prince e Beyoncé; e o também estadunidense Bril Barrett, lenda viva do sapateado, fundador do Madd Rhythms e reconhecido como um dos principais performers de Chicago.
O evento também celebrou grandes nomes nacionais, como Ana Gori, representante do movimento negro no tap dance e criadora do festival Tap is Black; Diego Tavares, premiado coreógrafo e cofundador do House Dance Floripa; Mariana Castro, com passagens por importantes companhias e formação em Produção Cultural; Rebeca Pereira, diretora do projeto Based in BXD, que promove o acesso à dança nas periferias; Rubens Oliveira, vencedor do Prêmio APCA pelo espetáculo Subterrâneo, da Gumboot Dance Brasil, conhecido por unir dança, estética e tecnologia; Vivian Shimizu, pedagoga e pesquisadora da conexão entre House e Tap Dance; Yasmin Bogo, professora e coreógrafa que investiga a influência da branquitude na história do sapateado como arte preta no Brasil; Addia Furtado, integrante de coletivos artísticos e pesquisadora da percussão mandengue e dos ritmos afro-brasileiros; e Dandara Manoela, cantora e compositora reconhecida como uma das grandes vozes da Música Preta Brasileira.
Por fim, Marina Coura, idealizadora do Floripa Tap, diretora da Cia Trupe Toe e da Garagem da Dança, também se apresentou, deu aulas e coordenou o evento. Sua pesquisa busca integrar o tap dance às linguagens rítmicas brasileiras. E sua história com o Floripa Tap reforça o compromisso com uma formação do movimento em si (dança e tap ) e também com a formação intelectual e de senso crítico.