Projeto avalia impacto de intervenções assistidas por animais no aprendizado de crianças

Um projeto desenvolvido no Câmpus Palhoça Bilíngue do IFSC busca entender como as intervenções assistidas por animais podem contribuir com a inclusão educacional de crianças com deficiência. No câmpus funciona o Laboratório de Tecnologia Assistiva (Labta), que desde 2018 realiza pesquisas por meio do atendimento educacional a pessoas com deficiências múltiplas, utilizando os cães em algumas dessas atividades.

Atualmente, quatro crianças em idade escolar são atendidas no Labta, realizando atividades educacionais com objetivo de desenvolver a alfabetização e a leitura. A coordenadora do laboratório, professora Ivani Cristina Voos, diz que os cães ajudam no processo ao trazer segurança para as crianças. “O cão não julga. A criança não tem medo de errar diante dele”, diz. A cadela Lua, do Labta, também interage e participa das atividades, criando um laço afetivo e motivando as crianças a continuarem o atendimento.

O projeto de avaliação do impacto das intervenções assistidas por animais ainda está em andamento, mas a equipe formada por professores e bolsistas já observa que há aumento na adesão e motivação das crianças em realizar as tarefas quando há presença do cão. Dados sobre a atividade do cérebro das crianças atendidas por meio de um aparelho de eletroencefalograma (EEG) sugerem que as ondas cerebrais de atenção aumentam quando a interação delas é com Lua.

As atividades com as crianças são realizadas semanalmente no Câmpus Palhoça Bilíngue e gravadas em vídeo. Posteriormente, serão transcritas e analisadas pela equipe do projeto, que vai ser finalizado em dezembro.

“No dia em que ele falta, parece que muda o comportamento”, comenta Andrieli Martins, 31 anos, mãe de um menino de 7 anos com paralisia cerebral atendido pelo Labta com intervenções assistidas por cães. O menino também faz equoterapia (terapia com cavalos) na Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e fisioterapia no Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis (IES), uma instituição privada de São José.

Aline Almeida, 44 anos, é mãe de uma menina de 11 anos também com paralisia cerebral atendida no Labta com intervenções assistidas por cães. Segundo ela, a menina passou a demonstrar mais interesse nas atividades depois que passou a interagir com Lua. “A gente menciona a cachorrinha em casa e ela se empolga. Teve um dia que a Lua não veio e pra ela foi uma decepção”, comenta Aline.

“Eu largo todas as terapias, mas não largo essa [do Labta]. Acho incrível essa iniciativa. Existe um interesse genuíno nela [a filha de Aline] como pessoa”, elogia.

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