Tecnologia atinge 25% do PIB de Florianópolis com R$12 bilhões de faturamento

Florianópolis é a capital brasileira com a maior participação da tecnologia no PIB municipal, ficando atrás apenas de Barueri (SP) entre todas as cidades do país. O setor representa 25% da economia local, movimentando R$ 12 bilhões em 2023 — o décimo maior faturamento do Brasil, com crescimento de 23,4% desde 2018.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (14) pela Rede de Inovação de Florianópolis. O avanço do setor é significativo. Em 2019, a tecnologia representava 14% do PIB da capital catarinense.

O crescimento reflete um ecossistema dinâmico, com faturamento anual superior a 3% e, em 2023, o terceiro maior do país, atrás apenas de Belo Horizonte e Brasília.

Atualmente, Florianópolis abriga cerca de 6,1 mil empresas de tecnologia, gerando 38 mil empregos — 45% das vagas do setor em Santa Catarina. Nacionalmente, é o sétimo maior mercado de trabalho em tecnologia, com crescimento superior ao de Curitiba e Porto Alegre.

O setor é formado por empresas de diferentes portes, com 46 delas faturando acima de R$ 10 milhões anuais, algumas ultrapassando R$ 500 milhões e chegando perto de R$ 1 bilhão.

Grandes players como Softplan, Nexxera, Dígitro e Pixeon mantêm suas sedes na cidade, consolidando sua vocação tecnológica. Além disso, startups fundadas localmente, como RD Station e Neoway, foram adquiridas em acordos bilionários nos últimos anos.

Capital das Startups

Reconhecida em 2024 como a Capital Nacional das Startups, Florianópolis também ostenta o título de “Ilha do Silício”. A maior parte das empresas do setor são micro e pequenas, com 42% faturando até R$ 81 mil e 46% entre R$ 81 mil e R$ 360 mil.

Esse perfil é comum em ecossistemas inovadores, onde muitas empresas ainda estão em fase inicial. Ao mesmo tempo, a cidade atrai investimentos relevantes, destacando-se no venture capital na América Latina.

Um exemplo é a startup Indicium, que captou cerca de R$ 200 milhões de um fundo norte-americano em 2023. Outro ponto forte do ecossistema é a predominância do modelo B2B, com a maioria das empresas atuando em tratamento de dados, hospedagem online e serviços relacionados.

Segundo Juliano Richter Pires, secretário de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Inovação, os números demonstram o compromisso da capital com a inovação e o empreendedorismo. “Somos a capital brasileira com a maior representatividade da tecnologia no PIB municipal. Vamos continuar fortalecendo nosso ecossistema para consolidar Florianópolis como um polo de inovação nacional e internacional”, reflete.

Para Diego Ramos, presidente da ACATE, a sinergia entre diferentes agentes é essencial para manter o crescimento do setor. “Florianópolis saiu de um pequeno polo tecnológico para se tornar um dos principais ecossistemas de inovação do Brasil. Precisamos seguir inovando para alcançar relevância global, investindo na atração de capital e formação de talentos”, afirma.

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